O cineasta português José Filipe Costa esteve recentemente em Buenos Aires para a estreia americana do seu filme “Pai Nosso – Os últimos dias de Salazar”, que integra a programação da 26.ª edição do BAFICI (Buenos Aires Festival Internacional de Cine Independente). O realizador participou ativamente nas três sessões do festival, onde esteve presente para introduzir a obra e participar em debates com o público.

O filme, que retrata os últimos dias de vida do ex-ditador português António de Oliveira Salazar, é uma das produções lusas em destaque no evento. A longa-metragem centra-se nos anos finais de Salazar, após um acidente que o deixou com graves problemas de saúde. Em 1968, Salazar sofreu uma queda e, posteriormente, um acidente vascular cerebral, o que o afastou da vida ativa. Durante esse período, Salazar viveu isolado, sem saber que já não era, de facto, o Chefe de Governo de Portugal, cargo que ocupou durante quase cinco décadas.

“Pai Nosso – Os últimos dias de Salazar” oferece uma visão profunda e subtil não só sobre o próprio Salazar, mas também sobre Portugal na época em questão. O trabalho dos atores e a seleçãode elementos históricos proporcionam um retrato singular deste período da história portuguesa.

Além de realizador, José Filipe Costa é docente e tem um doutoramento pelo Royal College of Art de Londres. Realizou vários curtas e longas-metragens, algumas das quais foram selecionadas para festivais como Locarno, Hot Docs, Viennale e Cinéma du Réel. A Embaixada de Portugal na Argentina agradeceu a receção calorosa em Buenos Aires e expressou a sua gratidão à Direção do BAFICI e às instituições que apoiaram a vinda do realizador à Argentina.

A presença portuguesa no referido festival conta ainda com a curta-metragem “That’s How I Love You”, de Mário Macedo, “Cartas telepáticas”, de Edgar Pêra, e “Maria Henriqueta esteve aqui”, de Nuno Pimentel. “Uma Quinta Portuguesa”, de Avelina Prat, também se enquadra na temática de alguma forma relacionada com Portugal. “En la ciudad blanca”, de Alain Tanner, é uma produção que junta Portugal e Suíça. Já “Ariel”, de Lois Patiño, é uma produção que junta Portugal e Espanha.

Acrescente-se que o referido festival decorre de 1 a 13 de abril na capital argentina. Veja aqui mais informações e detalhes sobre todo o programa.