Cumprem-se 125 anos sobre a primeira vez que em Portugal foram exibidas imagens em movimento. A VISÃO História recorda a fascinante aventura do cinema.

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Quando surgiu o cinema em Portugal? Quem foi o primeiro realizador português? Onde era o primeiro estúdio? O que se «ouvia» nos filmes mudos? Quem foram os primeiros portugueses a conquistar Hollywood? Quando foi feito o primeiro filme sonoro? Como é que as comédias «serviram» o Estado Novo? Qual foi a reação do público ao primeiro filme de Manoel de Oliveira? Que é feito das grandes salas de cinema de Lisboa e do Porto? Como é que a rapaziada dos cineclubes e os autores do Cinema Novo desafiaram o regime?

No novo número da VISÃO História, já nas bancas, o leitor é convidado a sentar-se na primeira fila para assistir ao filme dos 125 anos do cinema em Portugal. Imaginar-se sentado numa cadeira do Real Coliseu (que nada tem a ver com o Coliseu atual), em Lisboa, e abrir os olhos de espanto ao ver as «fotografias com vida» que Edwin Rousby, conhecido como «o eletricista de Budapeste», projetava num quadro branco humedecido colado à boca de cena.

Ao longo de mais de 80 páginas, ilustradas com fotos de época, recordamos as primeiras projeções e filmagens realizadas por Aurélio da Paz dos Reis, as fábricas de sonhos Invicta Film e Tobis, a polémica causada pela chegada do cinema sonoro, as belíssimas fachadas e interiores das grandes salas de cinema de Lisboa, do Porto e do resto do País.

Contamos, num texto de Ricardo Vieira Lisboa, crítico e programador na Casa do Cinema Manoel de Oliveira, como o dramaturgo italiano Luigi Pirandello assistiu à estreia de Douro, Faina Fluvial, questionando, no fim, se em Portugal se batiam palmas com os pés.

Analisamos como o Estado Novo usou o cinema como arma de propaganda e como atuava a censura. Lembramos como os cineclubes foram um importante foco de resistência à ditadura em Portugal.

E publicamos uma entrevista com António da Cunha Telles, cuja história de vida se cruza com a do Cinema Novo.

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SUMÁRIO DA EDIÇÃO

Cronologia Principais etapas da história do cinema em Portugal desde 1896

As primeiras máquinas O cinematógrafo dos irmãos Lumière, a câmara reversível de Aurélio da Paz dos Reis, o equipamento da Invicta Film, a novidade do projetor e a Arriflex com que Manoel de Oliveira filmou nos anos 50. Imagens da coleção da Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema

Fotografia com vida Seis meses depois da estreia mundial em Paris, o cinema chegou a Lisboa. Em junho de 1896, a última descoberta da tecnologia atraiu muito público ao Real Coliseu da Rua da Palma, em ambiente quase de circo. De seguida, o animatógrafo de Edwin Rousby, conhecido como o «eletricista de Budapeste», partiu à conquista do Porto. Sentado na plateia, o floricultor e fotógrafo amador Aurélio da Paz dos Reis não ficou indiferente ao que viu. Nasceu assim o primeiro realizador português Por João Pacheco

Mudo, mas não em silêncio No tempo em que os filmes não tinham som, contratavam-se atores para representarem diálogos e fazerem efeitos sonoros atrás do ecrã. A partir de 1910, as sessões de cinema são acompanhadas por um piano e, mais tarde, por quintetos e sextetos de cordas. Por Manuel Deniz Silva

A Hollywood da Invicta Durante pouco mais de uma década, o Porto acolheu um grande e bem apetrechado estúdio de cinema. A Invicta Film contratou técnicos e realizadores franceses e italianos para produzir, no seu período áureo, A Rosa do Adro e Os Fidalgos da Casa Mourisca. A aventura terminou antes do aparecimento do cinema sonoro. Por Mário Augusto

A bela e o galã Ainda o cinema dava os primeiros passose já um casal de irmãos portugueses brilhava em Hollywood. Na época de ouro do mudo, Tony D´Algy e Helena D’Algy assinaram contratos com os maiores estúdios americanos. Pela atriz portuguesa, Rudolph Valentino «apaixonou-se» mais do que uma vez. Por Mário Augusto

Fitas de papel Nas décadas de 20 e 30 do século passado, as revistas de cinema apareceram para prolongar e levar para casa o fascínio da sala escura Por Luís Almeida Martins

Silêncio, que se vai ouvir o cinema O sonoro chegou em 1931, com a estreia de A Severa. Leitão de Barros foi quem realizou o primeiro «fonofilme» nacional, a primeira obra «falada e cantada» na nossa língua, embora as cenas de interiores tenham sido gravadas em França por razões técnicas. Ao mesmo tempo, o novo regime, saído da ditadura militar de 1926, aliava-se ao «novo cinema» para sua autopromoção. Por Francisco Ferreira

A fábrica de sonhos da Tobis A aventura que deu origem ao mais importante estúdio nacional, apetrechado para a realização de filmes sonoros, coincidiu com o início do Estado Novo e com a «política do espírito» de António Ferro. Instalada no Lumiar em 1933, para a rodagem de A Canção de Lisboa, de Cottinelli Telmo, a Tobis apostou nas comédias que o regime mais tarde aproveitou para fazer a sua propaganda. Por Paulo Cunha

Uma sala do tamanho do País Projetar a «ordem» nas aldeias, para entreter os trabalhadores e combater o avanço dos ideais comunistas, era o objetivo do cinema itinerante. A Revolução de Maio foi o filme mais mostrado nessas «salas» ambulantes. Por Maria do Carmo Piçarra

Bater palmas com os pés? Quando se celebram 90 anos sobre o início da carreira de Manoel de Oliveira, recordamos o que perguntou o dramaturgo italiano Luigi Pirandello ao assistir, em Portugal, à estreia de Douro Faina Fluvial, um retrato do trabalho duro e violento dos estivadores da Ribeira. Por Ricardo Vieira Lisboa

Marcas da Censura Tesouradas nos filmes já concluídos, legendas adulteradas e distribuidores que se autocensuravam para evitar problemas com a Comissão de Censura aos Espetáculos. Tudo em nome da defesa da moral e da ideologia do Estado Novo. Por Manuel Mozos e Margarida Sousa

Lisboa vai ao «animas» Dos pequenos animatógrafosaos cinemas de bairro e salas de bolso da década de 70, passando pelo luxuoso Tivoli e pelas «catedrais» dos anos 50. As salas de cinema que Lisboa conheceu e guardou na memória. Por Rosa Ruela

Porto Sentado As grandes salas que a Invicta construiu para acolher a Sétima Arte, como o Passos Manuel, o Batalha e o Rivoli. Por Liliana Fortuna Duarte

A rapaziada dos cineclubes Mostrando um forte entusiasmo cinéfilo e político, este novo público despertou a atenção da PIDE por causa das   ligações à oposição. Vasco Granja, mais tarde conhecido pelos programas de animação na RTP, seria um dos detidos. Por Paulo Cunha

António da Cunha Telles Entrevista ao homem que «inventou» o Cinema Novo. A sua vida confunde-se com a história do cinema português. Por Manuel Halpern

A Casa dos Filmes Visita guiada ao Arquivo Nacional das Imagens em Movimento (ANIM), onde se guardam cópias e negativos do que de mais importante se filmou em Portugal. Por Manuel Halpern